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O alerta do cenário econômico para o empresariado

04/07/2025
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A informações mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que o desemprego no Brasil atingiu um dos níveis mais baixos da série histórica. Em maio deste ano, o País registrou quase 149 mil novas vagas formais, com mais de 2,2 milhões de admissões contra cerca de 2,1 milhões de desligamentos. No acumulado de janeiro a maio, já são mais de 1 milhão de novos postos de trabalho, o que indica uma recuperação gradual da economia, apesar dos diversos entraves.

Outro dado relevante é o salário médio dos novos contratados, que chegou a R$ 2.251,33 — valor levemente superior ao registrado em abril. A faixa etária que mais se beneficiou dessa movimentação foi a dos jovens entre 18 e 24 anos. Além disso, as mulheres apresentaram desempenho mais expressivo nas admissões do mês, superando os homens em número de contratações. Esse dinamismo no mercado de laboral, somado à escassez de mão de obra qualificada, deve gerar uma pressão natural por reajustes reais nos próximos dissídios e negociações salariais. Para os empresários, isso se traduz em um quadro de elevação dos custos operacionais, especialmente em setores que dependam fortemente de capital humano.

Ao mesmo tempo, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter o ciclo de alta da Selic, contrariando parte das expectativas do mercado, que projetava uma pausa nas elevações já em junho. Como ressaltado em análises anteriores, os efeitos de uma alta de juros demoram a se manifestar integralmente na economia. Portanto, o reflexo das altas, há seis meses ainda está em curso, e a tendência é que o custo do crédito continue subindo, tornando o acesso ao financiamento cada vez mais restrito.

Em paralelo, o governo lida com limitações para sustentar estímulos à atividade econômica. A carga tributária está próxima do teto aceitável pela sociedade e pelo setor produtivo, bem como há sinais claros de resistência por parte do Congresso (e dos empresários) a qualquer tentativa de aumento de impostos. Na conjuntura internacional, o agravamento das incertezas também retrai o fluxo de investimento estrangeiro, o que compromete ainda mais a capacidade de expansão econômica.

Com menos fontes estimulando o crescimento, a tendência é de desaceleração. A ausência de um ajuste fiscal estrutural, combinada com o aumento contínuo da dívida pública, mina a confiança dos investidores, que passam a aguardar sinais mais claros de responsabilidade fiscal antes de apostar no País. Nesse contexto, a demanda deve arrefecer, enquanto os custos empresariais continuam subindo — o que, inevitavelmente, pressiona as margens de lucro, já bastante comprimidas.

Frente a esse panorama, a cautela se impõe. Até o fim de 2026, com as próximas eleições, é provável que o ambiente econômico permaneça em compasso de espera, uma vez que o mercado busca entender qual será a estratégia adotada pelo futuro governo, independentemente de quem o lidere. Sem um compromisso claro com a disciplina fiscal, o investimento produtivo tende a se retrair, dando lugar a aplicações mais conservadoras.

Não é momento para movimentos ousados. Em tempos de dúvidas, preservar capital e investir em instrumentos financeiros seguros pode ser a decisão mais prudente. A hora é de preparar o terreno, avaliar riscos e aguardar a definição do novo rumo da política econômica nacional.


Fonte: Contábeis

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